Expedição Araguaia inicia desafio de plantar 20 mil mudas nativas e soltar 200 mil alevinos em rios da região
Jornalista José Maurival e ex-prefeito Marcelo Aquino querem contemplar 1050 km do Rio Araguaia de Barra do Garças a Santa Terezinha-MT
Uma jornada organizada por um propósito específico e que sempre envolve uma determinada exploração ou pesquisa despertam sempre o interesse social quanto econômico da sociedade. O jornalista José Maurival e o ex-prefeito de General Carneiro, Marcelo Aquino estão organizando uma expedição desse gênero, prevista para o início de maio, que deve percorrer cerca de 1050 km do rio Araguaia, saindo dos portos de Pontal do Araguaia, Barra do Garças e Aragarças (GO) a Santa Terezinha, além de vários trechos de afluentes como os rios das Mortes e Tapirapé.
Essa expedição socioambiental e ecológica por estes rios deve durar, segundo seus organizadores, algo em torno de 10 dias, seguindo pela margem esquerdas do rio Araguaia pelos municípios mato-grossenses, a começar pela histórica Araguaiana, Cocalinho, São Félix do Araguaia, Luciara, Santa Terezinha, Nova Xavantina e Novo Santo Antônio (às margens do rio das Mortes) e subindo pelo rio Tapirapé até Porto Alegre do Norte. Além dos municípios goianos à margem direita do Araguaia como é o caso de Aragarças, Aruanã, Luiz Alves e São Miguel do Araguaia.
O propósito inicial dessa expedição é o de documentar a biodiversidade e os desafios enfrentados pelo Araguaia no que diz respeito à sua sustentação ecológica. A iniciativa inclui a soltura de 200 mil alevinos, além do plantio de mudas nativas em áreas degradadas de suas margens que foram degradadas pela a ação humana. Com isso, os efeitos dessa expedição a curto e médio prazo será o de combater a diminuição de espécies desta importante bacia hidrográfica, além de frear o assoreamento e reconstituir matas ciliares, visando também ação social de apoio e atendimento aos ribeirinhos da região, incluindo assistência médica.
O mentor da expedição, o jornalista José Maurival, conhecido na região por atuações que destacam a relação entre cidades do Norte Araguaia, sempre preocupado com o meio ambiente, idealizou o projeto após anos de cobertura sobre os impactos ambientais do desmatamento e da pesca predatória no Araguaia. "Sempre quis fazer mais do que apenas denunciar e esta iniciativa é uma forma de unir pessoas e mostrar que a regeneração é possível", diz ele. Seu entusiasmo contagiou também o ex-prefeito Marcelo Aquino que abraçou a causa e garantiu os recursos para 100 mil alevinos. "O Araguaia é a grande veia da nossa região. Se não agirmos agora, perderemos não só os peixes, mas toda uma cultura ribeirinha", disse.
A soltura desses alevinos de espécies ameaçadas vai ocorrer em pontos estratégicos do percurso com monitoramento pós-soltura em parceria com biólogos locais, enquanto o reflorestamento vai priorizar espécies nativas, fundamentais para a estabilidade do solo e a manutenção da fauna. Soam-se a tudo isso o caráter educativo em cada município visitado, quando a equipe promoverá debates com estudantes e professores nas escolas, com pescadores e lideranças, discutindo a importância da preservação. "Queremos que as comunidades se sintam parte deste movimento. Sem isso, qualquer ação seria efêmera, sem duração", explica Maurival.
A logística da expedição inclui barcos, equipe de apoio e voluntários que se uniram ao projeto. O maior desafio, segundo Aquino, é garantir a continuidade: "Isso não pode ser um evento isolado, queremos que se torne uma política pública, permanente". Dentro das expectativas futuras será a de atingir o montante mínimo de 1 milhão de alevinos soltos nas expedições subsequentes previstas até o ano de 2027. A certeza de seus organizadores é de que esta expedição poderá servir de modelo para outras bacias hidrográficas do país, mostrando que unir tecnologia, conhecimento tradicional e mobilização social é caminho viável para a sustentabilidade.
Diferente de outras expedições do passado, quando os registros eram feitos por cartas, diários, fotografias, desenhos, esta de agora, graças à era digital, terá transmissão em tempo real pelas redes sociais dos envolvidos e a realização de um documentário previsto para o segundo semestre deste ano.
FONTE: Assessoria
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