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Licitação da transbananal deve iniciar até fevereiro: “Vai mudar a logística do Centro-Norte”, garante coordenador

Licitação da transbananal deve iniciar até fevereiro: “Vai mudar a logística do Centro-Norte”, garante coordenador

19/10/2019

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O engenheiro José Rubens Mazzaro é um apaixonado pelo projeto da Travessia da Ilha do Bananal, pela TO-0500, a chamada Transbananal. Há 20 anos que ele tenta viabilizar a obra que, segundo defende, vai mudar a logística do Centro-Norte do País. Conforme Mazzaro, o que inicialmente era uma simples proposta rodoviária se tornou um projeto estruturante de desenvolvimento regional. “É uma obra muito importante para o sul do Tocantins, para todo o Estado, Mato Grosso e para o Brasil porque vai permitir uma intermodalidade com a Ferrovia Norte-Sul”, explica no quadro Entrevista a Distância.

Ele contou que a ideia de atravessar a Ilha do Bananal com uma rodovia existe desde 1973, quando passou a constar do Plano Nacional de Aviação, do antigo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), atual Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Como hoje a maioria das rodovias e ferrovias é sentido Norte-Sul, o Brasil precisava de uma rodovia transversal. Atualmente, a produção agrícola de Mato Grosso e Tocantins se dirige ao Porto de Santos (SP) e Paranaguá (PR), contrariando o fluxo da exportação, que é sempre para o Norte. Os navios, do litoral de Paraná e São Paulo, sobem toda a costa brasileira em direção à Europa, Estados Unidos e ao Porto do Panamá, rumo à Ásia.

Com a travessia pela Ilha do Bananal, de 90 km, toda a produção de Tocantins e Mato Grosso chegará à Ferrovia Norte-Sul em mais 300 km, de onde seguirá para o Porto do Itaqui (MA). Conforme o engenheiro, a economia de trajeto para entregar a carga para exportação será de 4 mil km. Além disso, o tempo de percurso cairá dos atuais oito dias — Mazzaro chama de “passeio” da soja e do milho — para apenas dois.

Custo e investidores

O projeto custa R$ 1,5 bilhão, mas o governo estadual e a União não colocarão um só centavo. A travessia será construída pela iniciativa privada— cinco investidores já demonstraram interesse pela obra — através de uma Parceria Público-Privada (PPP). “Esse investimento se paga em dez anos a um custo de pedágio dez vezes mais barato do que normalmente é cobrado para ir para Paranaguá e Santos”, garantiu o especialista.

Para fazer o projeto se tornar realidade, o governador Mauro Carlesse (DEM) nomeou Mazzaro em agosto coordenador de Projetos e Fiscalização das Obras de Manutenção da TO-0500, Travessia da Ilha do Bananal. Ele disse que a proposta ganhou força a partir de dezembro, quando os detalhes foram apresentados a Carlesse e o governador a abraçou.

O chefe do Executivo do Tocantins já falou em três oportunidades com o presidente Jair Bolsonaro sobre o projeto. Numa delas, em setembro, publicamente, quando da reunião dos governadores da Amazônia Legal para discutir as queimadas da região. “O que bato palmas para o governador Carlesse é que ele está fazendo toda a parte institucional, que é a mais complicada”, observa o engenheiro.

Apoio indígena

Mazzaro diz que 95% da comunidade indígena da Ilha do Bananal apoia a construção da travessia, que tem toda uma preocupação sócio-ambiental. De acordo com o engenheiro, a rodovia será elevada com mureta e 110 passagens para água, animais e vaqueiros. A empresa que vencer a licitação será responsável pela manutenção dos 620 km de estradas de terra que interligam as aldeias, e as comunidades indígenas ficarão com parte do pedágio arrecadado diariamente.

Para a travessia se tornar, enfim, realidade, explicou Massaro, só falta o documento da União autorizando que o Estado toque o projeto. Segundo ele, esse aval deve sair até o fim deste mês. Então, o governo do Tocantins vai iniciar as negociações com a comunidade indígena e até fevereiro iniciar a licitação.

O coordenador do projeto avalia que até o final das chuvas de 2020, por volta de junho, já será possível começar as obras. “E imediatamente os caminhões já poderão atravessar a ilha”, assegurou.

Confira a entrevista com José Rubens Mazzaro:

De 

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