Trump e Musk demitiram quase 10 mil servidores em uma semana nos EUA
Cortes atingiram funcionários que atuavam na administração de terras, na segurança do arsenal nuclear e no atendimento a veteranos
Cerca de 10 mil servidores demitidos em uma semana. Esse foi o saldo da ação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltada para enxugar a máquina estatal americana, também conduzida pelo conselheiro do republicano, o bilionário Elon Musk, dono da rede social “X”. A estimativa foi feita pela imprensa dos EUA.
Os cortes intensificaram-se na sexta-feira (14/12) e atingiram diversas áreas da gestão pública. A lista de demitidos inclui pessoas que atuavam na administração de terras federais, na segurança do arsenal nuclear e no atendimento a veteranos de guerra.
De acordo com a agência Reuters, entre 1,2 mil e 2,0 mil pessoas foram demitidas no Departamento de Energia. Entre elas, centenas de funcionários do escritório que supervisiona o estoque nuclear americano. Outros 2,3 mil servidores foram cortados do Departamento do Interior, que administra terras públicas (o que abrange 60 parques nacionais), além dos programas de concessão de petróleo e gás.
As dispensas também alcançaram a Agência de Proteção Ambiental, o Departamento de Agricultura, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) – cujo trabalho foi crucial durante a pandemia – e embaixadas americanas. Outros cortes já haviam sido realizados em áreas como Assuntos de Veteranos, Educação e a Administração de Pequenas Empresas.
Inchaço
Cerca de 280 mil dos 2,3 milhões de funcionários civis do governo federal foram contratados nos últimos dois anos. A maioria ainda está em período probatório, o que facilita as demissões. Mas nem todas as vagas eliminadas pertencem a esse grupo.
Trump, contudo, argumenta que o governo americano está inchado. A dívida do governo federal é de cerca de US$ 36 trilhões (R$ 205 trilhões), com um déficit de US$ 1,8 trilhão (R$ 10,2 trilhões) no ano passado.
Polêmicas
A ação da dupla Trump e Musk, que assumiu o Departamento de Eficiência Governamental depois da posse do republicano, não ocorre sem polêmicas. Algumas tentativas de demissão foram barradas por juízes federais, segundo a imprensa americana. Além disso, surgiram preocupações com a redução de serviços essenciais. Um mês depois dos incêndios destruírem parte de Los Angeles, por exemplo, programas federais pararam de contratar bombeiros sazonais.
Alguns especialistas em orçamento ouvidos pela mídia dos EUA dizem que Musk, assessorado por um grupo de jovens engenheiros, parece agir mais por ideologia do que pela busca de eficiência. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, no entanto, defendeu o bilionário, comparando o departamento chefiado pelo dono do “X” a uma auditoria financeira.
Trump e Musk ofereceram ainda incentivos para que funcionários públicos deixassem seus cargos voluntariamente. Cerca de 75 mil trabalhadores aderiram ao programa. Eles representam perto de 3% da força de trabalho federal civil, estimada em 2,4 milhões de pessoas. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, havia dito que a meta das demissões voluntárias era de 5% a 10% desse total.
Metrópoles
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