Arthur Gallio de Oliveira, vulgo “Atú” ou “Predella”, preso na manhã de terça-feira (5), durante a terceira fase da operação “Doce Amargo”, foi apontado como suposto líder da associação responsável pela compra, venda e distribuição de drogas sintéticas em bairros nobres de Cuiabá e Várzea Grande.

De acordo com pedido de busca e apreensão criminal solicitado ao Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), a quebra do sigilo de dados do celular de Arthur foi um dos principais elementos que indicaram a prática “estável e permanente” de tráfico de drogas por ele e os demais membros da organização criminosa.

Conforme as investigações, os dados obtidos no aparelho celular demonstraram que Arthur agia com bastante segurança, exercendo uma posição central na associação por meio de diálogos que apontavam a prática do narcotráfico ao longo do ano de 2023. 

Segundo consta nos autos, a prática criminosa aconteceu de maneira intensa por meio de “rateio” (compra de drogas que seria dividida para diversas pessoas), distribuição e entrega de drogas e o financeiro.

“As conversas travadas mostram que o alvo é responsável por movimentar intensamente o comércio ilícito e as atividades criminosas dos demais representados, tal como se observa dos diversos prints colacionados neste decisum todos extraídos da prova pericial produzida e encartada no caderno investigativo”, diz trecho do processo.

Comparsas auxiliavam 

De acordo com as investigações, Gabriel Oliveira de Albuquerque Jorge Bruno, vulgo “Oliveira”, desempenhava um papel importante na organização , auxiliando intelectualmente Arthur Gallio nas estratégias para o aumento da venda das drogas.

Conforme diálogos trocados entre os dois, suspeita-se que Gabriel seja membro da organização criminosa Comando Vermelho (CV), onde demonstra ter contatos com outros integrantes da facção.Em uma das conversas, “Oliveira” e “Atú” combinam de armar uma cilada contra Lucas Vinícius Maciel Favaretto, vulgo “Luska”, que atuava na compra das drogas.

Em uma das conversas, ambos combinam de agredir, roubar as drogas que estivessem com “Luska” e até cogitam o uso de uma arma de fogo. Gabriel também tratava com Arthur sobre “rateio” e entregas de drogas que, segundo a Polícia Civil, “revelam a estabilidade e a permanência no tráfico de drogas, de maneira associada entre os alvos”.

Jimi Hendrix Alves da Silva, vulgo “Deus é Fiel”, é apontado nas investigações como fornecedor de drogas, que tinha como entregador Everton de Oliveira Silva, vulgo “Torinho Fiel”. Hendrix era contatado por Fabiano Antonio Alves Saffe de Moraes Júnior, que revendia as drogas para Arthur.

Jorclei da Silva Cabral Junior era responsável pelo fornecimento de entorpecentes, fixação de valores, natureza das drogas comercializadas, inclusive fornecendo contato de outro membro da associação criminosa (Renata Laila, alvo de outra fase da operação) para atender as demandas solicitadas.

A operação

Na manhã de terça-feira (5) foi deflagrada a terceira fase da Operação "Doce Amargo", para o cumprimento de 151 ordens judiciais, sendo 43 mandados de prisões preventivas, 54 mandados de busca e apreensão e 54 ordens de bloqueio de contas, com alvo especialmente em traficantes de drogas sintéticas que atuam em toda região metropolitana de Cuiabá.

As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) de Cuiabá, após representação por medidas cautelares elaborada pelos delegados da DRE, com base nas investigações realizadas pelas equipes policiais da especializada.

CECÍLIA NOBRE
Da Redação