Alta cúpula do Comando Vermelho ordenou morte de lojista do shopping popular, apontam delegados
Motivação do homicídio se deu por que a vítima fazia a venda de cigarro contrabandeado sem autorização da facção
O empresário e lojista Josinaldo Ferreira de Araújo teve a morte encomendada pela alta cúpula do Comando Vermelho por vender cigarro contrabandeado sem autorização da facção, segundo os delegados Bruno Abreu Magalhães e Marcel Gomes. Um dos executores já havia sido preso e outro morto no dia do crime, em 19 de dezembro de 2022.
Na terça-feira (1º), A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá deflagrou a Operação Unity para prender mais três pessoas envolvidas na execução.
Apenas dois dos três alvos, uma dupla de faccionados envolvidos em crimes de tráfico de drogas, foram identificados: Gabriel Motta e Lucas Leonardo Padilha. Um terceiro nome é mantido sob sigilo pela DHPP.
Gabriel cumpria prisão na região da Araguaia, foi solto e estava na cidade de Cuiabá. Já Lucas estava preso desde maio deste ano, quando foi pego pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) transportando drogas em um veículo para a cidade de Pontes e Lacerda, na Penitenciária Central do Estado (PCE). Dentro da facção, o suspeito tinha a função de recolher o dinheiro.
Com a prisão dos três, a DHPP já tem cinco suspeitos identificados no homicídio de Josinaldo. O jovem Bruno Fernandes de Souza Costa, um dos autores que atirou em Josinaldo, continua preso desde a prisão em flagrante no dia do crime. Já o comparsa, identificado pela alcunha "Baiano", morreu em confronto com a polícia.
Participação dos suspeitos
Segundo os delegados, Lucas Leonardo Padilha tinha a função de levar os suspeitos até o Shopping Popular. Ele ficou esperando o retorno dos comparsas. Mas, ao perceber que um foi preso e outro morto em confronto com a polícia, o faccionado empreendeu fuga.
Já Gabriel e a terceira pessoa, que não teve a identidade revelada, tiveram participação moral na execução.
"Eles conversaram durante o dia [sobre o homicídio de Josinaldo]. Gabriel esteve no local [shopping popular], horas antes [do crime], para identificar o Josinaldo. Ele até passou uma imagem da foto dele [para Bruno e Baiano]", explica o delegado.
Lojista foi ameaçado pela facção
De acordo com o delegado Bruno Abreu Magalhães, antes de ser executado, Josinaldo recebeu diversas ameaças e foi alertado pelo Comando Vermelho, pessoalmente e por mensagens de aplicativo, para parar a venda dos cigarros contrabandeados.
Bruno explica que o Comando Vermelho, além do tráfico de drogas, busca o monopólio de outras atividades ilegais no Estado.
Mesmo com as advertências, Josinaldo decidiu continuar a venda de forma sigilosa. "Ele ignorou achando que não seria descoberto", disse Bruno. Foi aí que a alta cúpula do Comando Vermelho decidiu pela morte do lojista.
Além da prisão dos quatro envolvidos no crime, a DHPP já identificou a participação de mais oito pessoas, que podem ser os autores da ordem de execução do lojista.
O delegado Marcel Gomes aponta que eles ainda não foram identificados, mas que a DHPP irá alcançá-los.
"Se todos eles imaginaram que iriam cometer esses crimes e permanecer nas margens da impunidade, estão enganados. O nosso trabalho é esse. Chegaremos em todos e também na alta cúpula da facção. Pode ter certeza que todos serão punidos pela lei", disse a autoridade policial.
ALLAN PEREIRA E CECÍLIA NOBRE
Da Redação
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