Conclave: sete cardeais brasileiros aptos a eleger o sucessor do Papa Francisco
Ao todo, segundo informações do Vaticano, 138 cardeais estão habilitados a participar da eleição do novo líder da Igreja Católica.
Após o falecimento do Papa Francisco, a Igreja Católica se prepara para o Conclave, processo de eleição do novo pontífice. Sete cardeais brasileiros com menos de 80 anos estão aptos a participar da votação, que deve ocorrer em até 20 dias após a morte do Papa.
De acordo com as normas da Igreja Católica, apenas cardeais com idade inferior a 80 anos podem votar no Conclave. Dentre os oito cardeais brasileiros, sete cumprem esse requisito:
- Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, 65 anos.
- Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, 64 anos.
- Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, 75 anos.
- Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos.
- Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, 57 anos.
- João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília, 77 anos.
- Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, 74 anos.
O único cardeal brasileiro inelegível para o Conclave é Raymundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida, com 87 anos. Contudo, ele será convidado a integrar o Colégio dos Cardeais, responsável por deliberar sobre questões urgentes da Igreja até a eleição do novo Papa.
Ao todo, segundo informações do Vaticano, 138 cardeais estão habilitados a participar da eleição do novo líder da Igreja Católica.
Trajetórias dos Cardeais brasileiros elegíveis
Cardeal Sérgio da Rocha:
Atual arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Sérgio da Rocha possui vasta experiência eclesiástica. Mestre em Teologia Moral e doutor pela Academia Alfonsiana da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma, já foi bispo auxiliar de Fortaleza, arcebispo de Teresina e de Brasília, além de ter presidido a CNBB entre 2015 e 2019.
Cardeal Jaime Spengler:
Presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler iniciou sua vida religiosa na Ordem dos Frades Menores. Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma, atuou em missões pelo Brasil e foi nomeado bispo auxiliar em 2010, antes de assumir o arcebispado de Porto Alegre em 2013.
Cardeal Odilo Scherer:
Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer estudou Filosofia e Teologia, obtendo mestrado e doutorado pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Atuou por mais de 30 anos no oeste do Paraná, sendo nomeado bispo auxiliar de São Paulo em 2002 e arcebispo em 2007. No Conclave de 2013, foi considerado um dos favoritos para o papado.
Cardeal Orani Tempesta:
Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta integrou a Ordem Cisterciense e foi ordenado bispo em 1997. Transferido para Belém em 2004 e para o Rio de Janeiro posteriormente, teve papel importante na organização da Jornada Mundial da Juventude de 2013. Foi criado cardeal pelo Papa Francisco em 2014.
Cardeal Paulo Cezar Costa:
Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa cursou Filosofia e Teologia, com mestrado e doutorado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Foi ordenado sacerdote em 1992 e atuou como professor na PUC-RJ, além de ter sido bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Cardeal João Braz de Aviz:
O cardeal brasileiro mais velho apto a participar do Conclave, Dom João Braz de Aviz, estudou Filosofia e Teologia, com doutorado em Teologia Dogmática. Atuou como bispo de Ponta Grossa e arcebispo de Maringá, sendo nomeado arcebispo de Brasília em 2004. Em 2011, foi nomeado prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.
Cardeal Leonardo Ulrich Steiner:
Arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Ulrich Steiner é considerado o primeiro cardeal da Amazônia. Estudou Filosofia e Teologia, com doutorado em Filosofia. Foi nomeado bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia em 2005 e arcebispo de Manaus em 2019.
Cardeal sem direito a voto
Cardeal Raymundo Damasceno Assis - Aos 88 anos, Damasceno Assis está acima da idade limite para votação. Foi arcebispo de Aparecida (SP) até 2016 e teve papel importante na CNBB, tendo sido presidente da entidade entre 2011 e 2015. Também integrou a Pontifícia Comissão para a América Latina. Mesmo sem votar, continua apto a ser eleito, conforme prevê a legislação canônica.
Legado do Papa Francisco
O Papa Francisco, nascido Jorge Bergoglio, foi o primeiro pontífice latino-americano e o primeiro jesuíta a liderar a Igreja Católica. Sua eleição, em 2013, marcou um novo capítulo para a Igreja, com um foco em humildade, proximidade com os pobres e reformas internas.
Sua escolha pelo nome “Francisco” foi inspirada por São Francisco de Assis e influenciada pelo cardeal brasileiro Cláudio Hummes, que o aconselhou a “não se esquecer dos pobres”.
O pontificado de Francisco foi marcado pela simplicidade e pela defesa dos marginalizados, buscando uma Igreja mais inclusiva e atenta às necessidades do mundo contemporâneo.
Francisco também procurou reformar o Vaticano, criticando o apego ao poder e incentivando o clero a adotar um estilo de vida mais simples. “Eu queria uma Igreja pobre, e para os pobres”, afirmou o Papa em 2013.
O pontífice enfrentava uma bronquite que evoluiu para uma pneumonia bilateral. O quadro era considerado complexo pelos médicos.
Romário Nicácio / portaln10.com.br
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