O Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC) fecharam um "acordo" em nível nacional para que seja realizada uma "trégua" na guerra entre as facções em prol de objetivos comuns. A aliança já está valendo em Mato Grosso, além de Acre, Amazonas, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

A informação faz parte de um relatório de inteligência da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), divulgado pela jornalista Mirelle Pinheiro, do site Metrópoles. A ideia das facções é que a trégua seja estendida a todo o território nacional.

Segundo a matéria do Metrópoles, o alto escalão das duas facções, como Willians Herbas Camacho, o "Marcola" do PCC, e Márcio Santos Nepomuceno, o "Marcinho VP" do CV, é que realiza as tratativas por meio de seus advogados. 

No relatório foram anexadas conversas de WhatsApp entre os faccionados e em uma delas, atribuída ao PCC, fala que as "mortes estão proibidas em todos os estados". Já outra mensagem do CV afirma que os ataques ao PCC estão proibidos desde 11 de fevereiro.

Essa "trégua" não ocorre por acaso. A ideia é que os advogados de ambas as facções se unam para tentar conseguir na Justiça a flexibilização do regime das penitenciárias federais de segurança máxima, que proíbe até as visitas íntimas. 

Caso o "acordo" seja realmente efetivado, dará uma pausa na guerra de mais de oito anos entre as facções, que travam disputa pelas rotas do tráfico de drogas em nove estados, além da hegemonia nos presídios estaduais. Com essa aliança, o tráfico pode sofrer uma reorganização, com as facções dividindo áreas de influência em vez de disputar com violência.

POR J1