PF identifica doações de laranjas, empresas a prefeito eleito; mandato pode ser cassado
Agricultor, apoiador de Arlei Fernandes, é o principal alvo da operação
O delegado da Polícia Federal, Tiago Marques Pacheco, responsável pela inqupérito que culminou com a Operação Rustius, deflagrada nesta quarta-feira (4), revelou que os alvos da investigação são suspeito de praticarem crimes eleitorais que podem resultar na cassação do prefeito eleito de Sorriso, Arlei Fernandes (União).
Segundo o delegado, até o momento, foram identificadas transações ilegais ou não compatibilizadas na prestação de contas do candidato, o chamado "caixa 2".
"Elementos colhidos indicam que várias transações financeiras realizadas por empresários locais para custear a campanha eleitoral do candidato ao cargo de prefeito de Sorriso nas eleições municipais de 2024 form realizadas de forma ilegal, com a participação de pessoas jurídicas, por meio de pessoas interpostas, os laranjas, e com dinheiro não contabilizado na prestação de contas da campanha. Essas práticas são vedadas pela legislação eleitoral", explicou o delegado.
Na sequência, o delegado pontuou que todas as informações colhidas no inquérito, inclusive dados obtidos de celulares e computadores dos investigados, serão compartiilhadas com o Ministério Público Eleitoral, que pode abrir ação para cassação do prefeito eleito. "Todas as informações produzidas no inquérito, serão compartilhadas com Ministério Público Eleitoral para análise de propositura de ação visando a impugnação ou a cassação do mandato eletivo do candidato envolvido", assinalou.
Ao todo, a PF cumpre 9 mandados contra os investigados nas cidades de Cuiabá e Sorriso. Um deles teve o passaporte apreendido e está proibido de deixar a comarca onde reside sem autorização.
Agricultor Nei Francio é um dos alvos da Operação Rustius
Em um dos locais onde foi cumprido mandado, os policiais apreenderam mais de R$ 100 mil em dinheiro vivo.
Segundo informações, o agricultor Nei Francio, de 57 anos, é o principal alvo da Operação. Apoiador de Arlei Fernandes, ele foi flagrado dias antes da eleição com mais de R$ 300 mil em espécie. A suspeita é de que o valor seria usado para a compra de votos.
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