Botelho detona silêncio de colegas sobre Lei da Pesca após eleição: "só ganhar voto"
Adversários de Botelho na eleição falaram em atuar para revogar lei, mas "desistiram" da ideia após pleito
Nesta quarta-feira (30), o deputado estadual e ex-candidato à prefeitura de Cuiabá, Eduardo Botelho (UB), criticou os colegas parlamentares que movimentaram a Assembleia Legislativa, na última semana, pedindo a revogação da Lei da Pesca, e ainda afirmou que a motivação em torno do projeto era apenas eleitoreira.
“Hoje ninguém tocou nesse assunto na sessão. Nas outras, todo dia estava lá, de um lado um deputado, de outro lado outro. Era só para a eleição, só para ganhar o voto, só mentira. Isso que eu não gosto”, disse.
Nas semanas que antecederam o segundo turno da eleição para prefeito de Cuiabá, os candidatos Abilio Brunini (PL) e Lúdio Cabral (PT), junto com seus aliados, se posicionaram contra a Lei nº 12.197/2023, que proíbe o comércio, transporte e armazenamento e peixes dos rios estaduais pelo período de cinco anos. A lei já está sendo aplicada desde janeiro deste ano e é polêmica porque impacta diretamente a renda dos pescadores.
Após um pedido de Abilio, o deputado estadual Faissal Calil (Cidadania) apresentou um projeto de lei que prevê a revogação da Lei da Pesca, na sessão da última quarta-feira (16). Abilio chegou a registrar um vídeo ao lado de Faissal e dos deputados estaduais Diego Guimarães (Republicanos), Gilberto Cattani (PL) e Elizeu Nascimento (PL), pedindo que os parlamentares aprovassem a revogação.
Já Lúdio classificou o projeto de lei como “malandragem e maldade”, afirmando que se tratava de uma armadilha que não revogaria inteiramente a Lei da Pesca, pelo contrário, revogaria a flexibilização aprovada no início deste ano, dificultando ainda mais a vida dos pescadores. O assunto foi motivo de debate na tribuna.
Nesta quarta-feira, três dias após a vitória de Abilio com 53,8% dos votos, Botelho alfinetou os colegas e questionou a razão da comoção em torno do tema ter se esfriado após o resultado das urnas.
“A discussão estava grande, cadê? Parou ou era só para a eleição? Cadê o povo que estava gritando aí? Cadê esses deputados? Agora acabou os defensores? Vem aí, vamos ver. Cadê eles?”, ironizou.
LETICIA PEREIRA
Da Redação
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