“Sogra” de tesoureiro do CV pede prisão domiciliar para cuidar de filhos e Justiça nega
De acordo com as investigações, Maria Aparecida era dona de um supermercado utilizado para lavagem de dinheiro para a facção.
O desembargador Paulo da Cunha, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, negou o pedido de prisão domiciliar da defesa de Maria Aparecida Coluna Almeida Prins, presa durante a Operação “Apito Final”. Ela é suspeita de envolvimento no esquema de ocultação de bens para Paulo Witer Farias Paelo, conhecido como W.T., em prol da facção criminosa Comando Vermelho. A decisão é do dia 9 de abril.
Maria Aparecida é madrasta de Cristiane Patrícia Rosa Prins, esposa de W.T., que também é investigada por suposta participação nos crimes. No pedido, a defesa de Maria apontou que ela é mãe de uma criança com menos de 12 anos, que requer dos cuidados dela, o que, em tese, justificaria a concessão da prisão domiciliar.
Em sua decisão, o magistrado apontou que Maria possui três filhos, um de 20 anos, outro de 16 anos e o terceiro de nove anos, e afirmou que o filho que atingiu a maioridade pode se responsabilizar pelos cuidados provisórios dos demais.
“Logo, a princípio, não visualizo manifesta ilegalidade, de modo que o exame aprofundado das questões deduzidas na inicial deverá ser postergado ao julgamento de mérito, após a manifestação da PGJ”, concluiu Cunha.
Dona de supermercado do CV
De acordo com as investigações da operação "Apito Final", Maria Aparecida foi a responsável pela constituição do Supermercado Alice, utilizado, segundo o inquérito policial, com a única finalidade de lavagem de dinheiro do CV. Conforme consta nos autos, para viabilizar as “atividades”, Maria conferiu poderes por procuração em favor de outros dois membros da facção, Alex Júnior Santos de Alencar, vulgo “Soldado”, e Fagner Farias Paelo (irmão de W.T.), ambos alvos da operação.
A “sogra” de W.T. ainda declarou-se como baixa renda para recebimento do auxílio-emergencial do Governo Federal, mesmo tendo movimentado, no período de afastamento do sigilo bancário, a quantia de R$ 204 mil em crédito e R$ 204 mil em débito.
“Igualmente, a participação da representada no esquema criminoso com práticas de atos para ocultar o patrimônio ilícito da ORCRIM restou evidenciada, também, em transações imobiliárias, como a realizada na “alienação” de dois terrenos onde está situado o Supermercado Alice adquiridos inicialmente pelos valores declarados em R$ 60 mil e transferidos para Fagner, alguns meses depois, pelo valor de R$ 563 mil”, diz trecho do inquérito policial.
CECÍLIA NOBRE
Da Redação
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