Indígenas pedem reparos em estrada vicinal e melhoria na estrutura de escola
Lideranças alegam que a comunidade Kapot sofre descaso do poder público
Indígenas da aldeia Kapot, no município de Peixoto de Azevedo, norte de Mato Grosso, realizaram uma manifestação no último final de semana denunciando o suposto descaso do poder público com a comunidade. Segundo lideranças, a estrada que dá acesso à aldeia carece de manutenção e a escola da comunidade não possui condições adequadas.
Moradores afirmaram que a estrada vicinal que liga a rodovia BR-163 à aldeia, localizada na Terra Indígena Capoto/Jarina, está em más condições e que o acesso de profissionais da saúde ao território para atendimento dos indígenas está comprometido.
Por meio do Ministério Público, os indígenas solicitaram, no ano passado, que os reparos fossem feitos pela prefeitura de Peixoto de Azevedo. Em julho, a subprefeitura do Distrito de União do Norte respondeu à Procuradoria da República informando que as demandas seriam realizadas ainda no início de outubro.
De acordo com as lideranças, as manutenções feitas no ano passado não foram suficientes e as pontes da estrada estão em mau estado de conservação.
Em fevereiro de 2023, uma criança indígenas de cinco anos morreu enquanto estava sendo transportada pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), nessa mesma estrada vicinal.
Bepngaiti Metuktire e outros quatro adultos e duas crianças estavam sendo levados de volta para a aldeia depois de serem atendidos em uma unidade de saúde. A caminhonete em que estavam tombou a 15 km da TI, em um trecho que havia sido tomado pela correnteza de um córrego.
Na época, o cacique Raoni Metuktire, líder do povo Kayapó, protocolou um ofício pedindo que o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Advocacia-Geral da União investigassem o caso.
Registro de uma ponte na estrava vicinal que liga a aldeia Kapot a BR-163.
O prefeito de Peixoto de Azevedo, Maurício Ferreira de Souza, alegou que o município possui de 600 a 800 pontes e bueiros e que a lista de demandas é extensa, principalmente durante a época de chuvas, quando a realização dos reparos fica comprometida.
“Tem essas aldeias que são inúmeras no nosso município, e as demandas são grandes demais, aí quando chega uma época dessas de chuva, fica pior ainda para atender às reivindicações deles”, declarou.
Outro demanda da comunidade é a construção de uma escola com estrutura adequada para as crianças. A Escola Municipal de Ensino Fundamental Roikore, que existe atualmente, se trata apenas de um barracão e uma pequena cozinha anexa. “Não temos sala de professores, não temos sala do diretor, não temos material escolar para os nossos alunos”, afirmou um dos líderes.
A intituição de ensino é de responsabilidade da prefeitura de Peixoto de Azevedo, mas a comunidade tem tentado transformá-la em uma escola estadual para que as melhorias possam ser concretizadas. Outro porta-voz da manifestação alegou que não há sequer ventilação na estrutura e confirmou a precariedade. “A escola está em más condições e é impossível estudar lá”, resumiu.
À reportagem, a secretária de Educação do município disse que a escola possui quatro salas de aula, sala dos professores, cozinha e refeitório e que uma manutenção foi realizada na estrutura no final do ano passado.
Vídeo:
LETICIA PEREIRA
Da Redação
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