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AGU dá parecer para tornar inconstitucional lei que permite construção da Ferrogrão

AGU dá parecer para tornar inconstitucional lei que permite construção da Ferrogrão

Parecer pede que as obras da estrada de ferro, que pretende ligar o município de Sinop ao porto em Miritituba (Pará), respeitem os limites do parque

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A Advocacia-Geral da União (AGU) deu parecer favorável para declarar inconstitucional uma lei aprovada pelo Congresso Nacional em 2017, que diminuiu os limites do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará. A manifestação foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira (26).

Na prática, o parecer pede que as obras do Ferrogrão, que pretende ligar o município de Sinop ao porto em Miritituba (Pará), respeitem os limites do parque.

O parecer é assinado pelo ministro substituto da AGU, Flavio José Roman, pela secretária-adjunta de Contencioso, Andrea de Quadros Dantas, e pelo advogado da União Antônio Marinho da Rocha Neto.

A questão está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF) depois que o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) para derrubar a lei, que foi convertida de uma medida provisória de 2016, assinada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB).

Segundo o parecer, a AGU mudou seu posicionamento depois de receber novos estudos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), mostrando diminuição do Parque Jamanxim para permitir a instalação dos trilhos.

A AGU aponta que a lei não previu medidas ambientais compensatórias e estudos técnicos prévios para diminuir o tamanho do parque.

O Congresso Nacional poderia ter aprovado sem estudos a medida provisória se tivesse mantido, na redação original do documento, a inclusão da Área de Preservação Ambiental (APA) do Tapajós.A unidade seria integrada ao parque para compensar a diminuição do parque. Mas, ao retirar a inclusão da APA Tapajós, o parque teve seu tamanho diminuído sem qualquer tipo de análise - o que é proibido pelo Código Florestal Brasileiro.

“No caso em tela, portanto, em que se trata de diminuição de área de proteção integral em unidade de conservação ambiental - a qual acarreta, na prática, a redução da proteção ao meio ambiente -, a existência de estudos técnicos atestando a viabilidade da medida normativa possui caráter ainda mais fundamental”, diz o documento.

Apesar de se manifestar contrária à lei, a AGU também reconheceu a importância da ferrovia para o país e apontou que o parecer não dá indicação de que o modal será prejudicial para o meio ambiente.

“A ferrovia terá condições de proporcionar a redução de externalidades negativas decorrentes de rodovias, além de possibilitar números significativos em geração de empregos diretos na sua construção e em redução no custo do frete”, conclui.

Com 933 quilômetros de extensão, o projeto da ferrovia pretende resolver problemas de escoamento da produção agrícola do Mato Grosso para o norte do país.

 

 

ALLAN PEREIRA E MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação

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