A quadrilha especializada em furtos de caminhonetes na Grande Cuiabá, que foi alvo de operação da Polícia Civil na manhã desta terça-feira (4), abria os veículos com chave de fenda e utilizavam um aparelho para copiar o sinal da chave e poder ligá-los.

A informação foi divulgada pelo delegado Diego Alex Martimiano da Silva, titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos de Cuiabá. 

“Nos vídeos que a gente tem analisado dos furtos, o meliante [...] insere a chave de fenda no local da chave, vira e em 10 segundos a caminhonete está aberta. Quase todo vídeo é similar”, contou o delegado.

“E uma outra situação é esse aparelho [utilizado] para fazer cópia de chave. É em torno de R$ 40 mil um aparelho desse. Eles abrem com esse método da chave de fenda, [então] o veículo emite um sinal, porque a chave tem um sensor de presença”. 

Dessa forma, conforme o delegado, por meio do aparelho, os ladrões copiam o código emitido quando o veículo é destravado, passam esse código para uma chave “virgem” que eles carregam e assim conseguem ligar a caminhonete.

“O único problema que eles têm é que não podem desligar o veículo, porque se desligar, aquela “chave” não funciona mais. É só para dar a primeira ignição”, explicou.

“Na Hilux eles tiram a central, desencaixam do painel rapidamente e inserem a deles, que é como se fosse uma central virgem. Daí usam o botão Start/Stop, ligam, e é questão de minutos”.

Bairros visados

O delegado Arthur Peixoto, responsável pela investigação, ainda revelou que os bandidos visam bairros como Boa Esperança e Jardim das Américas, onde frequentemente encontravam caminhonetes de alto valor.

Além disso, os criminosos também alugavam imóveis na região, que eram utilizados para “esfriar” os veículos após o furto. Lá, a quadrilha fazia a substituição das placas e outros itens de identificação.

“Deu para perceber que alguns bairros aqui de Cuiabá, onde tem um poder aquisitivo maior [...] e onde há uma maior incidência desse tipo de veículo, era onde acontecia a maior quantidade dos furtos. Inclusive, eram os locais onde eles alugaram as residências nas proximidades”, disse.

Operação Kuron

A 2ª fase da operação foi deflagrada nesta terça-feira (4) para cumprimento de 19 ordens judiciais, sendo nove de prisão e 10 de busca e apreensão, contra a organização criminosa que furtava camionetes, principalmente em Cuiabá e Várzea Grande. 

A segunda fase da operação foi desencadeada após desdobramentos das investigações, sendo identificadas pessoas responsáveis por dar suporte financeiro ao grupo responsável pelos furtos.

A primeira fase da operação foi deflagrada em fevereiro deste ano, ocasião em que foram cumpridas 10 ordens judiciais, sendo cinco mandados de prisão.

Os trabalhos investigativos apontaram que os suspeitos se especializaram em uma modalidade específica de furto, em que os veículos são subtraídos quando estão parados na rua.

ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO