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Bolsonarista da bomba no aeroporto diz que foi cabo eleitoral de deputados de Mato Grosso

Bolsonarista da bomba no aeroporto diz que foi cabo eleitoral de deputados de Mato Grosso

Alan Diego confessou ter plantado o artefato explosivo, mas diz que foi ameaçado para fazê-lo

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Alan Diego dos Santos Rodrigues, condenado por plantar uma bomba no aeroporto de Brasília na véspera do Natal de 2022, afirmou que foi cabo eleitoral e tirou foto com a deputada federal Coronel Fernanda (PL). Ele também disse ter feito campanha para o deputado estadual Valmir Moretto (Republicanos).

As declarações foram feitas em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Distrital do Distrito Federal nesta quinta-feira (29). Alan Diego disse que plantou a bomba próximo a um caminhão-tanque porque se sentiu ameaçado por pessoas que, assim como ele, estavma acampadas em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília.

Alan Diego é apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e morador de Comodoro (MT). Ele afirmou à CPI que tinha um "sonho" de conhecer Brasília em razão das manifestações realizadas pelos bolsonaristas no 7 de setembro na capital federal.

O bolsonarista é eletricista e chegou a ser candidato a vereador em Comodoro pelo PSD em 2016. Segundo ele, em 2022, fez campanha para Fernanda e Moretto.

"Eu me doei, eu não tenho vínculo com ela, empregatício nada, eu ajudei de vontade própria, eu vi nela uma pessoa ilibada, diferente", afirmou.

E continuou: "Até hoje nunca tive contato com ela. Só no dia que eu fui lá 'na coisa', deve estar nas redes sociais, eu tirei uma foto com ela, com várias pessoas. Eu tirei foto com várias pessoas também que eu não apoiei".

BOMBA E AMEAÇA

Alan Diego foi condenado a cinco anos e quatro meses de prisão pela Justiça do Distrito Federal por colocar a vida de pessoas em perigo ao plantar a bomba junto do caminhão cheio de querosene em 24 de dezembro do ano passado. Além dele, o mentor do plano, George Washington de Oliveira Sousa, foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão.

No depoimento à CPI, Alan Diego mencionou Wellington Macedo, que lhe deu carona até o aeroporto, mas disse que esse extremista, também envolvido no acampamento do QG do Exército, não sabia do ato terrorista.

O morador de Comodoro declarou ter plantado a bomba por se sentir ameaçado por outras pessoas do acampamento.

"Se a pessoa mostrou pra mim o material e falou que ia fazer, como que eu ia sair, depois de ser ameaçado? Uma coisa, eu poderia não querer levar o artefato e eles sumirem comigo e me matar, porque tentaram, já falei nas outras questões (depoimentos), não preciso falar aqui. Não sei se alguém da minha família morreu ou está vivo porque ninguém me informa, ninguém deixa eu falar com a minha família, fazer uma videochamada, ninguém nunca deixou eu fazer, eu nunca falei com meus familiares. Eu não sei o que fizeram", disse.

O bolsonarista disse ter ido a Brasília "passear" e que "todo mundo achava que ia ser um 7 de setembro". De acordo com o depoimento, Alan Diego atuava com informante da Polícia Militar e da Polícia Civil, e depois de plantar a bomba utilizou um "orelhão" para avisar às autoridades sobre o atentado.

"Eu levei porque tinha que levar, para mim não sofrer represálias com a minha família. Só que eu automaticamente deixei, o Wellington me deu carona, o Wellington é o do carro, ele não teve culpa de nada, porque eu pedi uma carona, está na oitiva, ele me deu uma carona e ele não sabia, ficou sabendo depois que eu coloquei. Eu pedi para ele me levar nos orelhões e foi indicado à polícia. Eu liguei para a polícia informando, só que eles não entendiam, e a gente estava com medo. Quando eu voltei no aeroporto o caminhão já tinha saído e a caixa estava no chão. Como estava jogada já eu não tive coragem de pegar", afirmou.

À CPI, Alan Diego se negou a dizer quem teria feito as ameaças a ele e a sua família.

"Tem várias pessoas. Não é ameaça. Se você está vendo várias pessoas fazendo esse tipo de reunião e você não acredita que vão fazer, aí você acaba vendo que vai ter, e você é acostumado a trabalhar com a Polícia Militar e a Polícia Civil, que eu não precisava falar isso aqui e estou falando, eu faço parte da inteligência, mas não sou remunerado. Eu ajudo", indicou.

 

MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação

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