O vereador Tenente-coronel Dias (Cidadania) protocolou, nesta quinta-feira (9), um requerimento junto à Mesa Diretora da Câmara de Cuiabá para que a Comissão de Ética seja acionada e analise uma eventual quebra de decoro parlamentar por conta da agressão verbal e ameaça que sofreu do vereador Chico 2000 (PL), na sessão plenária da última terça-feira (7). Na ocasião, o parlamentar do PL chamou Dias de "bosta" e falou para ambos "resolverem lá fora", insinuando que poderia lhe agredir fisicamente.

"O vereador (Chico 2000) proferiu palavras de baixo calão, não condizentes com a Casa, nem com minha história. Fiz um encaminhamento à presidência para que esse fato seja apurado de forma rigorosa, considerando as punições previstas para o caso", afirmou Dias.

O autor do requerimento contou que a "briga" ocorreu quando pediu para discutir o projeto da prefeitura que tratava sobre a fusão de secretarias municipais. "A pauta da discussão era sobre isso, uma junção de secretarias por parte da prefeitura. Eu fiz o pedido para falar e ocorre que o vereador não me permitiu falar. Só que isso aí, não é somente um caso contra o Tenente-coronel Dias. É um caso que eu vejo contra a Mesa das mulheres, eu vejo diversas situações ofendendo as mulheres".

Dias destacou que, em nenhum momento, pensou em reagir às ofensas sofridas, ressaltando que, como oficial da Polícia Militar possui preparo para lidar com esse tipo de situação. "Sou policial militar e não vai ser um senhor de 70 anos que vai me fazer perder a cabeça e ir para a briga, para a porrada, jamais farei uma coisa dessa. O policial militar está para proteger a sociedade, eu estou aqui como vereador, mas jamais deixarei de ser policial militar. Exatamente por isso, eu não reagi e não reagiria em qualquer circunstância", observou, que classificou a situação em que foi exposto como "vexatória" e por isso acionou a Comissão de Ética para avaliar a conduta do colega de plenário.

"Estou estabelecendo um limite até onde o vereador Chico 2000 pode estar, que é do debate, da boa consciência, das propostas para Cuiabá. Agora, ofensas pessoais, me chamar para a porrada? Pelo amor de Deus, não vou admitir isso", pontuou o parlamentar.

Mesmo com o comportamento do caso e após os ânimos esfriarem, Dias não foi procurado por Chico 2000. Ele insinuou ainda haver um grupo de vereadores que não tem humildade e buscam atrapalhar o trabalho na Casa de Leis. "Tem gente que acha que é o rei daqui e quer desestabilizar a presidência da Casa, uma mulher, uma senhora. Ele não me procurou, falta humildade para o vereador Chico 2000. E eu não vou admitir que o meu nome fica sendo exposto dessa forma", finalizou.

Com o requerimento protocolado, a Mesa Diretora encaminhará o caso para a Comissão de Ética. Após parecer, caberá ao plenário decidir se o procedimento contra Chico 2000 será aberto ou arquivado.