Revolta explode no Araguaia! Moradores de São Félix do Araguaia e região estão revoltados com as condições desumanas oferecidas pela empresa Satélite Norte, responsável pelo transporte intermunicipal na região. Relatos dão conta de que os ônibus circulam superlotados, em péssimos estados de conservação, sem conforto, sem segurança, com atrasos humilhantes. Passageiros denunciam ônibus caindo aos pedaços, com portas que não fecham, poltronas quebradas, barulho constante, medo durante a viagem, ar-condicionado que não funciona, veículos sem limpeza há dias e baratas passeando no meio das pernas dos passageiros.

“É barulho, calor, fedor, banco quebrado, janela emperrada, motorista estressado e passageiro espremido, sem assistência e sem respeito. O ônibus atrasa, a gente espera em pé, no sol ou na chuva, pra entrar num lixo ambulante. O mau cheiro é tanto que alguns dizem que o ônibus da Satélite ‘cheira a bafo de porco e vômito velho. Você paga uma fortuna numa passagem e recebe em troca um ônibus de filme de terror. É um sofrimento. Quem tenta usar o banheiro durante a viagem se depara com um pesadelo: banheiros imundos, entupidos, fedendo urina e fezes, piso molhado, falta de papel e até fezes no vaso transbordando. A limpeza dos veículos parece ter sido abandonada há meses. Não há higienização adequada, o que também põe em risco a saúde pública. Muitos passageiros têm utilizado um termo que resume o sentimento geral: "a gente é tratado como gado ou porco””.

A linha que liga São Félix do Araguaia a Cuiabá, uma das principais rotas da região norte de Mato Grosso, virou motivo de pânico, é descrita pelos moradores como um “corredor da humilhação”. Passageiros relatam viagens de mais de 12 horas com o ônibus em péssimas condições, quebram no meio da estrada e deixam passageiros horas parados, no mato por falhas mecânicas. Tem motorista que vira cobrador, mecânico e carregador de malas ao mesmo tempo. O trecho, que deveria ser um serviço básico de mobilidade, vira motivo de desespero para estudantes, trabalhadores, idosos e pacientes que precisam se deslocar para atendimentos médicos na capital.

Passageiros denunciam que tem gente viajando sem cinto, sem espaço, como em um curral humano sobre rodas. Há relatos de idosos passando mal, mães desesperadas e jovens desmaiando de calor. E não adianta reclamar: a Satélite finge que não vê. A empresa não respeita idosos, não respeita mães com crianças de colo, não respeita estudantes, não respeita ninguém. O que era para ser um serviço de transporte intermunicipal digno virou um retrato escancarado do descaso, da humilhação e do sofrimento diário de quem precisa viajar com a empresa Satélite Norte. “Já viajei em caminhão de gado e garanto: é mais confortável que a Satélite Norte. A sensação é de estar em um caixão coletivo. Se tiver acidente, é tragédia certa. E mesmo assim, nada muda. Abuso, lotação e medo de morrer”, relata um jovem que preferiu não se identificar.É um terror”, disparou um morador indignado.

As reclamações dos moradores de São Félix do Araguaia e região ganharam corpo, voz e revolta. A indignação não para de crescer. Um verdadeiro colapso nos serviços prestados pela Satélite. Entre os relatos mais graves, estão os de passageiros viajando em ônibus quebrados no trajeto, atraso crônico e nenhuma resposta satisfatória por parte da empresa. "A sensação é de estar em um caixão coletivo. Se tiver acidente, é tragédia certa. E mesmo assim, nada muda. Isso é desumano. Isso é criminoso. Essa empresa nos trata pior do que bicho”, relatou outro passageiro que preferiu não se identificar por medo de represálias.“pior que carro de boi, pior que transporte de porco”.

“Quem reclama na empresa ouve o famoso: ‘não podemos fazer nada, isso é com a direção’. E a tal direção nunca aparece, nunca responde, nunca melhora nada. Na rodoviária o ônibus atrasa 1h, 2h, e ninguém sabe de nada. E quando chega, parece um ferro-velho com rodas. Viajei com meu filho no colo, no ônibus fedendo a esgoto. Quando fui reclamar, o motorista só disse: ‘o ônibus é esse aí, se quiser vai, se não, desce’. Isso é tratamento pra porco, não pra gente”, disparou uma mãe que viaja mensalmente entre Cuiabá e São Félix do Araguaia.

“É inadmissível que em pleno 2025 uma empresa trate os passageiros dessa forma. Somos gente, pagamos caro por um serviço que nos humilha. Queremos o fim da concessão da Satélite. Não aceitamos mais sermos tratados como animais. Essa empresa manchou a história do transporte em nosso estado. A sensação é de que não somos gente. A empresa Satélite trata os passageiros como se fossem carga, como se não tivessem dignidade. Já ultrapassou todos os limites. É uma afronta à dignidade humana. Viajar com eles é um exercício de resistência física e psicológica”, desabafa uma moradora que viajou com o ônibus completamente lotado.

Enquanto isso, moradores continuam sendo levados de forma precária, em condições que violam não apenas o Código de Defesa do Consumidor, mas também princípios básicos da dignidade humana. Não bastasse isso, a empresa ainda age como se estivesse fazendo um favor, com atendentes ríspidos, ausência de informações, descaso com bagagens perdidas e zero compromisso com o horário. Cobradores mal treinados, motoristas sem preparo e muitas vezes sem informações para os passageiros e passageiros abandonados. Pedido de providências urgentes. A população clama por medidas concretas e imediatas. Entre as principais exigências estão: Investigação da ANTT e do Ministério Público sobre a frota da Satélite Norte, cassação da concessão caso não haja melhorias imediatas, intervenção sanitária e mecânica urgente nos veículos, fiscalização rigorosa da frota por órgãos competentes, abertura de nova licitação pública para entrada de empresas concorrentes, indenização a passageiros prejudicados por má prestação de serviço.

O grito do povo. Esta reportagem é mais do que uma denúncia: é o grito de desespero da população de São Félix do Araguaia e região. Um apelo claro e direto: não queremos luxo, queremos respeito. Queremos viajar com dignidade, segurança e o mínimo de conforto. O povo exige respostas. E não aceita mais ser tratado como carga. A Satélite não presta! Já deu! Chega de humilhação!

Satélite Norte se mantém em silêncio. Apesar da gravidade das denúncias e da mobilização popular, a empresa Satélite Norte ainda não se manifestou oficialmente sobre as reclamações. O silêncio, somado à negligência, apenas alimenta a revolta dos passageiros, que agora recorrem à imprensa, às redes sociais e a ações coletivas para serem ouvidos.

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Vanessa Lima/O Repórter do Araguaia