Acusado monitorou casa até a vítima aparecer e a matou
18/02/2025
Helder Lopes de Araújo, 23, preso por matar a ex-namorada Vitória Camily Carvalho Silva,22, durante uma festa no sábado (15), em Várzea Grande, contou à polícia que ficou monitorando a casa, esperando que a vítima aparecesse. Ele disse que descarregou a arma na jovem e, por isso, não conseguiu matar a amiga dela.
Em entrevista ao Programa Tribuna, na manhã desta segunda-feira (17), o delegado da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Nilson Farias, contou que o suspeito tinha proximidades com a família e ficou apenas esperando a vítima aparecer no local onde ocorria uma festa.
“Ele ficou com a vítima por aproximadamente dois anos, então ele tinha proximidade com familiares. No ano passado, nesse mesmo aniversário, ele participou da festa. Nesse ano, ele sabia que a data do aniversário da irmã dela, por isso ele foi sondar a casa até ver que a motocicleta de Vitória Camilly estava na porta”, narrou o delegado.
Segundo o delegado, a casa é pequena e por isso a festa ocorreu na frente, próximo ao portão. Ao perceber a moto dela na frente do imóvel, ele entrou correndo na residência e puxou a vítima até a sala.
“Vitória estava dentro da casa com a amiga, enquanto os familiares estavam no portão, fazendo churrasco e conversando. Ao ver a motocicleta do lado de fora, ele entrou correndo para dentro da casa, pegou ela pelo braço, puxou ela até a sala e efetuou os disparos”, narrou o policial.
Ao ver a amiga no quarto, ele apontou e tentou atirar contra ela, mas a arma já estava descarregada, porque ele havia atirado todas as munições contra a ex.
Para o delegado, o crime foi praticado por ciúmes, já que a vítima havia seguido adiante e não queria mais o relacionamento com o acusado. Ele explica ainda que a versão apresentada por Hélder de que matou porque a vítima havia feito um aborto foi estratégica para que fosse aceito na prisão.
“Ele sustentou isso de que ela teria feito um aborto e esse foi o motivo dele cometer o crime. Mas sabemos que caso de feminicídio foi por ele se colocar na posição de dono da mulher, e, a meu ver, o crime foi por ciúmes, por ela estar saindo e não querer mais estar no relacionamento”, explicou.
Ainda segundo Helder, o aborto teria ocorrido após o ano novo e, mesmo após ela perder o bebê, eles continuaram juntos. “Foi só agora que ela decidiu que não queria continuar o relacionamento, que ele decidiu matar ela por causa do aborto”, contou o delegado.
O delegado ainda explicou que a tentativa de matar a amiga de Vitória foi devido ao incentivo que a jovem dava para que a vítima saísse para se divertir e não permanecesse mais no relacionamento.
Em depoimento, Helder ainda afirmou que um carro deu apoio a ele, assim que cometeu o crime, mas não relatou quem o ajudou. Foi só quando ele chegou em casa que o suspeito ligou para o irmão dizendo que a facção iria matá-lo.
“Ele liga para o irmão, diz que tinha feito uma besteira e, por isso, a facção iria matar ele. Aí o irmão vai correndo dar apoio. É quando eles resolvem ir para Minas Gerais e pegam a estrada sentido Rondonópolis, onde são presos em uma barreira”, narrou.
Em depoimento, a amiga da vítima contou que ela não acreditava na segurança pública e por isso ela nunca fez um boletim de ocorrência contra Helder.
Feminicídio
Vitória estava em uma festa de aniversário com a amiga, quando o ex chegou e atirou 4 vezes contra ela. A jovem foi baleada na cabeça e no peito, morrendo ainda no local. Ele ainda disparou contra a amiga, mas a arma falhou.
Em seguida, o criminoso fugiu em sua Strada branca, mas trocou de carro na fuga e foi detido em um Sandero, com o irmão, em Rondonópolis (215 km ao Sul). À polícia, ele disse que jogou a arma no rio Cuiabá.
Preso, ele foi transferido para Cuiabá, onde segue a apuração.
Seja o primeiro a comentar!
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Envie seu comentário preenchendo os campos abaixo
Nome
|
E-mail
|
Localização
|
|
Comentário
|
|