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Bolsonaro disse que direitos humanos era esterco da vagabundagem, agora classifica anistia do 8/1 não é política, mas humanitária

Bolsonaro disse que direitos humanos era esterco da vagabundagem, agora classifica anistia do 8/1 não é política, mas humanitária

Ex-presidente envia mensagem a aliados após novo presidente da Câmara desvincular ataque de 2023 de tentativa de golpe.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enviou mensagem a seus aliados neste sábado (8) em que defende a anistia para os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro como uma questão humanitária e exalta o novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que disse na sexta-feira (7) que os ataques não podem ser classificados como uma tentativa de golpe de Estado. “Que Deus continue iluminando o nosso presidente Hugo Motta, bem como pais e mães voltem a abraçar seus filhos brevemente. Essa anistia não é política, é humanitária”, escreveu o ex-presidente. Agora preocupado com a questão humanitária, Bolsonaro já deu várias declarações em ataque aos direitos humanos.

Em uma dessas situações, em novembro de 2017, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente, publicou uma foto em que Bolsonaro segura uma camiseta que diz “direitos humanos: esterco da vagabundagem”. O ex-presidente e seus seguidores sempre associaram a pauta dos direitos humanos à esquerda e à impunidade. Em contraposição, eles defendem punições mais severas e questionam a importância de oferecer condições básicas de sobrevivência aos detentos do 8 de janeiro.

Carregando…Reportagem da Folha mostrou que o projeto de lei na Câmara dos Deputados que prevê a anistia aos condenados pelos ataques tramita em conjunto com propostas mais abrangentes que poderiam beneficiar o próprio Bolsonaro, que foi condenado e tornado inelegível por oito anos pela Justiça Eleitoral. Em entrevista a uma rádio da Paraíba, Motta afirmou que os atos do 8 de janeiro foram uma “agressão inimaginável” às instituições, mas não podem ser classificados como uma tentativa de golpe.
“O que aconteceu não pode ser admitido que aconteça novamente. Foi uma agressão às instituições, uma agressão inimaginável, ninguém imaginava que aquilo pudesse acontecer”, disse.

“Agora querer dizer que foi um golpe… Golpe tem que ter um líder, tem que ter pessoa estimulando, apoio de outras instituições interessadas, como as Forças Armadas, e não teve isso.” Aliados do presidente Lula (PT) criticaram o posicionamento de Motta, que antes de ser eleito à presidência da Câmara no último dia 1º, com 444 votos dentre 513 integrantes da Casa, evitou entrevistas à imprensa e se comprometer com o projeto de lei da anistia, para não gerar ruídos com o PT e o PL, as duas maiores bancadas da Casa.

 

 

Folhapress

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