Quatro pessoas são presas pela venda de 50 mil diplomas falsos e milhares carteirinhas de estudante
Uma investigação do Ministério Público mostrou que duas instituições de ensino ofereciam cursos online que emitiam certificados de centenas de horas de aulas, mas que podiam ser cumpridos em poucos minutos.
Quatro pessoas foram presas por suspeita de vender 50 mil diplomas falsos e milhares de carteirinhas de estudante em todo o Brasil. Uma investigação do Ministério Público mostrou que duas instituições de ensino – as escolas Escon e Fajon – ofereciam cursos online que emitiam certificados de centenas de horas de aulas, mas que podiam ser cumpridos em poucos minutos.
A investigação começou quando, em uma cidade 3 mil habitantes no interior de Goiás, 67 dos 114 funcionários da prefeitura apresentaram certificados de cursos online. No município de Perolândia, quem obtém um diploma de ao menos 180 horas de duração pode ter um aumento, que pode chegar a 30% em cursos de mais de mil horas. Isso gerou desconfiança de duas servidoras, que conversaram com o Fantástico, mas pediram para não serem identificadas.
“O que nos chamou atenção foi a quantidade de diplomas protocolados, mais ainda por ser da mesma instituição de ensino”, relembra. “Falei: ‘Tem alguma coisa errada aí’.”
“Um ou outro me pediu tipo: ‘Quantas horas eu preciso fazer para ganhar 30%?’, que é o máximo que a gente paga. [Eu respondi:] ‘1080 horas’. Aí me pedia hoje, amanhã chegava com os certificados”, conta a outra.
O Ministério Público, então, chamou para depor alguns dos servidores que fizeram os cursos, que custaram R$ 25. O Fantástico teve acesso ao que eles disseram.
“A maioria, dos funcionários tinham feito. Aí eu falei: ‘Eu vou fazer também. Todo mundo fez.’”, afirmou um deles. “Eu pensei: ‘Para mim, é uma chance de ter um aumentinho’, mas não foi de má-fé”, afirmou uma das servidoras em depoimento.
Em depoimento ao MP, outro servidor disse que nem sabia mexer no computador, mas fez quatro cursos online.
Promotor: O senhor não chegou nem a ler a apostila?
Servidor: Não, nem sei mexer em computador.
Promotor: O senhor não chegou a fazer aula, né?
Servidor: Não, só a prova mesmo. Fiz quatro cursos.
Curso de 272 horas foi concluído em 13 minutos
O Ministério Público colocou um agente do serviço de inteligência para ver como funcionava a instituição de ensino. Sob um nome falso, ele se matriculou e concluiu dois cursos online em uma das escolas investigadas.
“O primeiro curso que eu fiz foi de 13 minutos, equivalente a 272 horas, e o outro curso foi de 260 horas. Entre a escolha do curso, a inscrição no curso e a finalização do curso com a prova, eu demorei 18 minutos”, conta.
Por Da Redação
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