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Letal e com alto poder de epidemia: entenda o que é o vírus Nipah

Letal e com alto poder de epidemia: entenda o que é o vírus Nipah

27/07/2024

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Autoridades de saúde do mundo todo entraram em alerta após o vírus Nipah causar a morte de um adolescente de 14 anos na Índia. Segundo autoridades locais, a vítima faleceu apenas um dia após ter contato com o patógeno, que ataca o cérebro.

doença está na lista da OMS (Organização Mundial da Saúde) de potencial epidêmico. O patógeno entrou para a lista de prioridades da OMS pelo seu potencial para causar uma epidemia, principalmente por não haver vacina ou tratamento para a doença.

O que é o vírus Nipah

O Nipah é um vírus zoonótico, transmitido de animais para humanos. Os morcegos frugívoros são os principais reservatórios do vírus. Ele pode ser contraído por meio de alimentos contaminados ou diretamente entre pessoas.

O primeiro surto registrado da doença ocorreu em 1999 na Malásia, onde o vírus foi transmitido aos humanos através de porcos, outra espécie hospedeira possível.

Principais sintomas da infecção pelo vírus Nipah:

  • Febre alta;
  • Convulsões;
  • Dores de cabeça (cefaleia);
  • Vômitos e náuseas;
  • Oscilações da consciência;
  • Pneumonia.

No entanto, os primeiros sinais da infecção podem variar bastante, o que dificulta bastante o diagnóstico inicial e a detecção de surtos. De acordo com uma estimativa da OMS, o período de incubação médio do vírus está entre 4 e 14 dias, mas também há casos onde o período foi de 45 dias.

“A manifestação do vírus varia muito em cada caso e pode ir desde quadros assintomáticos a encefalite fulminante, por exemplo”, alerta o pós PhD em neurociências e membro da Society for Neuroscience (SFN), Fabiano de Abreu Agrela.

Como o vírus afeta o cérebro?

De acordo com o especialista, o vírus afeta o cérebro através do próprio sistema imune do corpo. 

“O vírus Nipah invade o cérebro usando as células do sistema imunológico como ‘cavalos de Tróia’ para atravessar a barreira hematoencefálica. Em seguida, ele infecta principalmente neurônios e células da glia, causando inflamação e danos neuronais”, explica.

Segundo o especialista, mesmo após a fase aguda da infecção, o vírus pode deixar efeitos de longo prazo no sistema nervoso. “Alguns sobreviventes enfrentam problemas de memória, dificuldades de atenção e processamento mental lento”, diz o neurocientista.

 

 

Milena Vogado

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