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“Já tá rico?”, brincam investigados durante esquema em Sinop

“Já tá rico?”, brincam investigados durante esquema em Sinop

Um dia depois de receber dinheiro do IGPP, instituto contratado pela prefeitura, delator foi perguntado se ele já estaria rico

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Os integrantes da organização criminosa investigada no âmbito da operação Cartão-Postal brincavam se eles já estavam ricos durante os pagamentos aos membros do grupo, após suposta apropriação de recursos públicos em contratos com a prefeitura de Sinop.

A investigação da polícia aponta para fraude de R$ 87,4 milhões dos cofres municipais. A brincadeira se deu no dia 23 de dezembro do ano passado, um dia depois do empresário Luiz Vagner Silveira Golembiouski, dono da empresa Medclin, ser pago pelo IGPP com recursos da prefeitura de Sinop, no valor de R$ 150 mil. 

A investigação aponta que Roberta Arend Rodrigues Lopes, responsável por ambulâncias do município, brinca se Luiz Vagner já enriqueceu com os recursos e diz que, caso estivesse, "vai ser só day use!" - em referência aquela data. "Só vai passar pela sua conta. [...]. Tem a Elisangela que a gente precisa pagar", diz Roberta.

Roberta também diz que não se pode pisar na bolsa com a Elisangela, já que é ela quem fiscaliza o contrato. Segundo a polícia, a servidora recebia propina para fazer vista grossa na execução do contrato. Roberta consegue a chave "PIX" de Elisangela e passa para Luiz, que efetua uma transferência de R$ 34.592 mil em 23 de dezembro do ano passado.

Conforme as investigações da Deccor, obtidas pelo Midiajur, a operação surgiu depois da delação do empresário Luiz Vagner Silveira Golembiouski. Ele é sócio-administrador da empresa Med Clin Serviços Médicos Ltda., que foi contratada pela IGPP para fornecer profissionais de saúde para as unidades de saúde de Sinop.

A Deccor aponta que, apesar da IGPP ter o nome de uma mulher como sócia e presidente, os reais donos eram os advogados Hugo Florêncio de Castilo e Jefferson Geraldo Teixeira. Os dois foram presos, de forma preventiva, durante a deflagração da operação na manhã desta quinta-feira (19).

O relatório aponta que durante os pagamentos aos líderes e membros da organização, uma mulher identificada como Roberta Arend Rodrigues Lopes, que era responsável por manter as ambulâncias em circulação e indicar contas e valores para transferências dos repasses efetuados pelo empresário, brinca se ele já está rico.

A investigação aponta que a organização criminosa, que era comandada por Hugo e Jefferson, se instalou gestão da Saúde do município de Sinop desde junho do ano passado.

O objetivo do grupo criminoso seria, segundo a delegacia, fraudar de modo consistente a prestação do serviço de saúde na cidade para auferir lucro e realizar diversos repasses financeiros aos líderes do esquema.

Foi verificado que a organização social, que hoje gerencia a pasta da Saúde de Sinop, teria sido especialmente ajustada para assumir a prestação do serviço de forma precarizada.

O atendimento precarizado pode explicar o caos que vive a área da Saúde em Sinop. Conforme publicado pelo Midiajur,  61 bebês morreram no município entre 2022 e 2023. Ao ser questionado sobre as mortes, o prefeito do município, Roberto Dorner (Republicanos), disse que os bebês "morrem em todo lugar".

 

 

ALLAN PEREIRA E MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação

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