Em encontro do PSB nacional, Max Russi vota contra formar federação com PT
10/12/2021
Odeputado estadual Max Russi, presidente do PSB em Mato Grosso, se posicionou contrário ao partido formar uma federação com o PT e outras legendas menores posicionadas no campo da esquerda. O assunto foi debatido nesta quarta (08), em reunião realizada em Brasília, sob coordenação do diretório nacional.
Participaram do encontro, 23 dirigentes. 18 presidentes estaduais do partido se posicionaram favoravelmente à inclusão do PT no arranjo eleitoral. Max Russi e os representantes do Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Distrito Federal disseram ser favoráveis à criação da federação, mas sem a participação o PT. Apenas o presidente do PSB no Tocantins, Carlos Amastha, se colocou contra a aliança, que obrigaria a montagem de chapas conjuntas em todos os estados do país.
O encontro não teve caráter deliberativo, mas indica que o partido deverá aprovar a iniciativa em reunião da Executiva Nacional, ainda sem data definida para ocorrer.
Ao RDNews, Max Russi argumentou que se posicionou contra a federação com o PT porque a articulação prejudica o trabalho desenvolvido pelo PSB em Mato Grosso. Segundo ele, o partido já tem chapa com 26 candidatos a deputado federal formatada e teria que abrir mão de candidaturas para abrigar integrantes das siglas federadas.
“O problema da federação é que vou ter que dispensar candidatos para abrigar outros partidos porque não cabem todos na chapa. Eu tenho 26 pré-candidatos do PSB e só pode 25. Vai federar com uns cinco partidos, então, eu teria que lançar apenas cinco candidatos”, explicou Max Russi, lembrando que o debate será concluído somente em janeiro.
Discussão Nacional
Na semana passada, a bancada do PSB na Câmara dos Deputados avisou ao presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, que era amplamente favorável à união dos partidos contra a reeleição do presidente Jair da República Bolsonaro (PL) e em torno da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Inicialmente, parte da cúpula do PSB temia que, por ser um partido hegemônico, o PT pudesse ditar as regras e os rumos da federação, mas a resistência foi quebrada nas últimas semanas. Regulamentação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sinaliza que as siglas terão autonomia para determinadas questões, como por exemplo, a possibilidade de manter nome e número da sigla nas urnas.
O principal motivo para criação da federação é o fim das coligações, que obrigará cada legenda a lançar sozinha as chapas na eleição de deputado e põe em risco a reeleição de vários deles.
No PCdoB, por exemplo, pesa também a cláusula de desempenho, que ameaça deixar o partido sem fundo partidário e propaganda na TV e rádio caso não atinja o número mínimo de votos em 2022. Na eleição passada, a sigla só se salvou ao incorporar o PPL.
Independentemente da federação, PT e PSB devem concretizar aliança eleitoral nacional em 2022. Nos bastidores, há uma costura para que o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, de saída do PSDB, migre para o PSB. Neste arranjo, ele ocuparia a vice de Lula.
Em contrapartida, o PSB quer que o PT ofereça apoio ao ex-governador Márcio França, em São Paulo, e ao ex-deputado Beto Albuquerque, no Rio Grande do Sul. Os dois pretendem concorrer ao governo nos seus respectivos estados. (Com informações do Valor Econômico).
Jacques Gosch
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