Vereador atuaria como distribuidor de agrotóxicos contrabandeados no Nortão
05/08/2021
O vereador Antônio Aparecido Bernardes Filho, Toninho Bernardes (PL), preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta (4) atuaria como distribuidor local de agrotóxicos contrabandeados do Paraguai e da China. A revelação foi feita pela PF durante coletiva de imprensa.
Sem citar o nome do parlamentar, o delegado Rodrigo Martins e o policial Luciano Tavares apresentaram detalhes acerca da investigação. Segundo eles, o grau e de envolvimento do parlamentar no esquema ainda é apurado. "Em princípio, ele seria um distribuidor local desses produtos que vieram contrabandeados".
Policiais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do vereador e em seu gabinete na Câmara. Do Legislativo, nada foi levado. Já na casa, foram apreendidos documentos e o celular de Toninho. Ele, por ter foro privilegiado, ficará em uma cela própria. Por meio de nota, ele negou participação em organização criminosa.
Foram cumpridos 10 mandados de prisão em Sinop, Sorriso, Feliz Natal, em Mato Grosso, além de São Paulo (SP), Campo Grande (MS) e Terra Roxa (PR). Operação Envenenada corre sob segredo de Justiça. Seu objetivo é o combate ao ingresso, transporte e comercialização de agrotóxicos ilegalmente importados.
Esquema
Durante as investigações, foi apurado que produtos, em geral, vinham do Paraguai ou da China. Fornecedores tinham grande capacidade e traziam toneladas para a região Norte de Mato Grosso. Carga vinha por meio de caminhões.
“Batedores” iam na frente para evitar a fiscalização e permitir que os veículos trafegassem como se fosse uma carga legal. Além deles, existiam pessoas que atuavam direto na fronteira, no transporte e os fornecedores. Ainda, os que armazenavam e distribuíam as cargas no destino final.
Operação apreendeu dinheiro, armas e pelo menos 3 caminhonetes com o agrotóxico ilegal. Investigadores citaram que um único carregamento pode valer milhões de reais e, por isso, mercado é muito lucrativo.
Próximos passos consistem em analisar o material apreendido e colher novos depoimentos para descobrir se há participação de outras pessoas. Da apuração, foi descoberto, ainda, que existe mais de um grupo praticando o mesmo crime de forma paralela.
Ana Flávia Corrêa e Bárbara Sá
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