Policiais são suspeitos de usar olheiros para extorquir bandidos
Operação deflagrada pelo Gaeco e Polícia Civil cumpriu 15 ordens de prisão nesta terça-feira
O grupo de policiais presos nesta terça-feira (4), durante a Operação Renegados, é suspeito de extorquir ladrões e traficantes usando informações repassadas por “olheiros remunerados” em bairros de Cuiabá.
A operação foi deflagrada pelo Gaeco e Polícia Civil para o cumprimento de 22 mandados de prisão. Quinze deles haviam sido cumpridos até esta tarde.
Segundo uma fonte envolvida nas investigações, os policiais são suspeitos de arregimentar os olheiros – geralmente jovens criminosos - pagando-lhes uma quantia periódica.
Em troca, estas pessoas avisavam os policiais sobre a chegada de carregamento de drogas ou a presença de carros roubados em algum imóvel do bairro.
Com a informação, ainda conforme o apurado pela Reportagem, os policiais davam o flagrante nas quadrilhas e exigiam dinheiro, jóias e até droga para não apreender o produto ilícito nem prender os bandidos.
Em alguns casos, os policiais são suspeitos de efetuar a apreensão e a prisão dos bandidos, mas acabavam ficando com parte do dinheiro ou da droga, levando para os autos apenas uma fração do produto ilícito.
As investigações também apuraram que apreensões e prisões feitas por policiais que não participavam do esquema teriam sido frustradas pela ação do grupo.
Em alguns episódios, os policiais investigados assumiam uma ocorrência de flagrante feito por colegas e acabavam soltando os bandidos sem ao menos elaborar o boletim de ocorrência.
Boa parte dos policiais presos nesta terça-feira tinha bastante tempo de corporação e era lotada na Terceira Delegacia de Cuiabá, que fica no Coxipó.
A fonte informou ainda que, apesar do envolvimento de vários investigadores, não se constatou a participação de nenhum delegado.
Operação Renegados
A Operação Renegados foi deflagrada pelo Gaeco em parceria com a Corregedoria da Polícia Civil. Ao todo, foram expedidos 44 mandados judiciais, sendo 22 deles de prisão.
O grupo ainda contaria com a participação de policiais, ex-policiais, criminosos e até mesmo a namorada de um investigador.
CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO
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